domingo, 24 de julho de 2011

Neném aos 25


Você já se deu conta de que enquanto uns viveram tanto com tão pouco tempo de vida outros não viveram nada?!
Pois é, foi só nisso que eu consegui pensar ontem, após saber da notícia da morte da cantora Amy Winehouse.
Há quase quatro anos atrás fui a um funeral que até hoje me dói à alma! Era o fim do corpo de um primo que muitas vezes chamei de irmão.
Um cara doce e amigo de todos que morreu aos 28 anos deixando muitas saudades e uma enorme fila de órfãos de suas gargalhadas. Naquela época me lembro bem de pensar na música do Renato Russo: “Os bons morrem jovens”.

O meu querido primo não morreu de overdose, mas era inconseqüente e morreu fazendo estripulias em sua moto. Morreu indo me encontrar, o que me deixa ainda mais triste. A morte de Amy, no entanto me fez pensar sobre outro aspecto: Qual será o motivo de uns viverem tão pouco e deixarem tanto e outros viverem muito e não deixarem nada?!
Mal comparando minha vida nada badalada com as peripécias do meu primo e da Amy, me descobri neném aos 25. O que eu fiz? O que projetei? Que legado deixei para a humanidade?! Se eu morresse hoje quem sentiria minha falta?!

Sei que é bastante mórbido pensar nisso, mas definitivamente o peso dos 25 não me caiu bem. O enterro do meu primo parecia uma romaria, e olha que ele nem era famoso! Mas seu enterro reunia uma legião de mulheres apaixonadas, amigos desesperados por sua ausência, velhinhos que o queriam como filho, enfim, uma multidão de pessoas estarrecidas e inconsoláveis com sua partida.
A morte da Amy deixará com toda certeza um silêncio ensurdecedor no mundo musical e milhões de fãs órfãos e amigos inconsoláveis.

Percebi então que os certinhos têm menos histórias para contar e causam até menos simpatia. O mundo é atraído pelos inconseqüentes. São eles que dão charme à vida!
E quantas saudades sentimos dos inconseqüentes não é mesmo?! Por que eles nos deixam um vazio tão grande que nada nem ninguém consegue suprir?!

Apesar de ter vivido pouco, meu primo deixou marcas profundas em muitos corações. Apesar de ter vivido pouco, Amy deixou um legado que será cultuado por muitas gerações. Resta a nós, pobres mortais e com vidas bem menos interessantes correr atrás do prejuízo nos longos anos de vida que nos restam.
Quem sabe com toda essa estrada a frente ainda dê tempo de nos tornamos adultos enquanto os bons já se tornaram estrelas!
Um forte abraço e até logo,
Dri

Nenhum comentário:

Postar um comentário